Pesquisas

A BNCC nas escolas de São Gonçalo (2017 e 2018)

Prevista na Constituição de 1988, na LDB de 1996 e no Plano Nacional de Educação, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é resultado de um longo debate da sociedade brasileira. Entretanto, observávamos que havia entre os professores muitas críticas em relação à condução deste debate bem como às condições de sua implementação. Se, por um lado, a BNCC era um documento normativo que buscava definir o conjunto das aprendizagens essenciais que todos os estudantes brasileiros deveriam ter para que seus direitos fossem assegurados; por outro, notávamos entre os professores a preocupação com a diminuição de suas autonomias docentes, bem como um sentimento comum em defesa da pluralidade cultural. Nessa perspectiva, tratar o Brasil como um país homogêneo de condições iguais, com um curriculum oficial capaz de atender a todos, exige, no mínimo, o debate em torno do que seria esse todo.

Fundamentados na ideia de que currículos são campos de disputas, afirmamos a urgência na valorização da escola pública frente aos violentos ataques que vêm sofrendo. Através da instauração de um espaço de pesquisa coletiva, reagimos perante as forças que insistem em gestar a escola pública sempre de fora para dentro e tomamos o cotidiano escolar como campo de pesquisa, apoiados nos conhecimentos científicos atualizados da Educação. Nesse contexto, a pesquisa teve como objetivo geral investigar praticas pedagógicas em desenvolvimento nas escolas que, antes mesmo da implementação da BNCC, estivessem articuladas a ela. A pesquisa foi realizada em 12 escolas do Ensino Fundamental, com IDEBs variando entre 2,8 e 4,5, por meio de distintas ferramentas de pesquisa: rodas de conversas, entrevistas semiestruturadas e análises de documentos das escolas.


Sinteticamente apresentamos as propostas identificadas:

Matemática e Arte – 2 propostas por escolas de Ensino Fundamental (E.F) e 1 Ensino Infantil (E.I) - 20% do total.

Português e Artes – 4 propostas por escola E.F e 1 E.I (50% do total)

Português, Matemática e Ciências para Educação Inclusiva (em diálogo com Universidade) 1 proposta E.I. (10% do total)

Português Ciências e Arte – 3 propostas EF /EI  (30% do total)

Ciências e Arte – 2 propostas na EI (20% do total)

Geografia e Artes – 2 propostas EF e 1 EI (20% do total)

História, Geografia e Arte – 3 propostas EF e 1 EI (40% do total)

O resultado prova que professores buscam sair da visão disciplinar dialogando com outras áreas do conhecimento. As experiências interdisciplinares são 100% das identificadas. Além disso, 40% das propostas identificadas são fundamentadas na cultura local, buscando o diálogo explícito entre a cultura popular e a científica.


Produções:

DAMASCENDO, J. ; VIDAL, J. C. ; GOULART, V. V. ; Barbosa da Silva, Wladimir; Falcão, R ; MOREIRA, Sueli Lima. Processos coletivos de aprender e ensinar entre escolas e universidades públicas na formação docente. Revista Estreia Diálogos 2183-8402, v. 3, p. 72-89, 2018. Disponível em: <https://8835c378-42a1-4ae0-9760-5ce4b8d2d152.filesusr.com/ugd/eb8d33_30fa597f60ac4abf96b4f5c97222016d.pdf>. Acesso em: 27 ago 2021.


RAMIRO, R. ; MOREIRA, L. ; GONÇALVES, C. VII Seminário Vozes, título: “O Direito à Educação e a BNCC desafios para escolas universidade pública na formação docente”. Disponível em: <https://docero.com.br/doc/ses80c5>. Acesso em: 27 ago 2021. 

A cultura democrática nas escolas (2016)

Objetivo: investigar as condições da cultura democrática nas escolas.

Inspirados em Elie Ghanem (FE-USP) buscamos na Constituição Brasileira de 1988 o Artigo 205, que afirma “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Art. 205 – CF).

 

Com base neste artigo, estruturamos equipes que, com base em plano de pesquisa desenvolvido previamente em coletivo, buscou identificar as práticas pedagógicas nas 12 Escolas do Ensino Fundamental, com IDEBs variando entre 2,8 e 4,5 integrantes da pesquisa. Queríamos identificar o que havia para o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e para qualificá-la para o trabalho; e se havia condições de debate livre e democrático nas comunidades escolares.

Para os debates, foram utilizadas ferramentas distintas: rodas de conversas, entrevistas semiestruturadas e análises de documentos das escolas.

Apresentamos a seguir a síntese dos resultados reunidos:

1.    Ações voltadas para famílias e comunidades – 17%

2.    Articulações com sistema de saúde – 7%

3.    Ações do Programa Mais Educação – 5%

4.    Ações articuladas à a arte ou cultura local – 8%

6.    Ações voltadas para ampliar a participação de estudantes na escola – 23%

7.    Ações de combate a preconceitos com a participação da sociedade civil – 20%

8.    Ações genéricas não identificáveis aos objetivos – 20%

Em relação às condições para o debate democrático, para 45% foram boas e satisfatórias as relações de investigação pedagógica. Por outro lado, para 55 % dos professores havia nas escolas muita resistência às demandas sobre investigações pedagógicas nas escolas, o que nos permite afirmar que um dos desafios da Rede Municipal de São Gonçalo é o de promover mais espaço para a pesquisa e o debate pedagógico democrático nas escolas.


Principais trabalhos publicados:

 

MOREIRA, Sueli Lima. Redes de Formação como estratégia pedagógica. IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <https://suelidelimamoreira.files.wordpress.com/2017/07/redes-de-formac3a7c3a3o-como-estratc3a9gia-pedagc3b3gica-para-professores.pdf>.  Acesso em: 27 ago 2021.


MOREIRA, Sueli Lima. Quem somos nós, professores sul-americanos em busca de formação? XII Colóquio Internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-americano, 2017. Disponível em: <https://suelidelimamoreira.files.wordpress.com/2017/07/quem-somos-nc3b3s-professores-sul-americanos-em-busca-de-formac3a7c3a3o.pdf>.  Acesso em: 27 ago 2021


MOREIRA, Sueli Lima. Escolas e Universidades pesquisando a formação. Territórios e desterritorializações da: democracia, educação e responsabilidade social em tramas provocativas. RevistaAleph, n.30, 2018. Disponível em: <https://periodicos.uff.br/revistaleph/article/view/3925>. Acesso em: 27 ago 2021.


Formação Docente: outros espaços e práticas (2016 - 2024)

A partir da compreensão de que a formação de professores é uma área do conhecimento, constituída de investigação teórica e prática, busca-se explorar as relações entre Universidade e Escolas, suas práticas, epistemologias, modelos etc.


Produções:

JESUS, A. P. ; SANTOS, A. F. ; TEIXEIRA, A. C. C. ; POSSATI, A. L. ; ALVES, E. P. ; NUNES, L. R. ; Falcão, R ; MOREIRA, SUELI DE LIMA ; VOLOTÃO, GRACIANE DE SOUZA ROCHA ; SANTOS, B. A. ; VARELLA, F. F. B. ; SILVA, M. B. ; NUNES, M. ; NUNES, L. R. . Descolonizar e Recriar a Formação Docente: um projeto coletivo. 1. ed. Curitiba: CRV Ltda, 2023. v. 100. 174p . Disponível em:

https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/38237-descolonizar-e-recriar-a-formacao-docente-um-projeto-coletivo 


SANTOS, A. F. ; Falcão, R ; MOREIRA, SUELI DE LIMA . O estagio na formação docente:um conceito em movimento. 2675-181X Revista Formação em Movimento, v. 11, p. 10-38, 2023. Disponível em: 

https://periodicos.ufrrj.br/index.php/formov/article/view/782

MOREIRA, Sueli Lima; VOLOTÃO, Graciane de Souza Rocha; SANTOS, Aldaléa Figueiredo dos. Lutas e formação para professorxs outrxs. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, v.31, p.207-219, 2022. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/13475/9839. Acesso em: 11 nov 2022.


MOREIRA, Sueli Lima. Ao Sul, um outro lugar, para a produção de conhecimento docente. Cescontexto, v. 28, p. 60 - 66, 2021.  Disponível em: https://www.ces.uc.pt/publicacoes/cescontexto/index.php?id=32363. Acesso em: 27 ago 2021.


GONÇALVES, Carla; AREAS, Lorena Rodrigues. O olhar discente e os desafios das relações universidade-escola. Cescontexto, v. 28, p. 50-52, 2021.  Disponível em: https://www.ces.uc.pt/publicacoes/cescontexto/index.php?id=32363. Acesso em: 27 ago 2021.


VOLOTÃO, Graciane; BANDEIRA, Ruth. Redesenhando diálogos e parcerias com a Universidade e a escola. Cescontexto, v.28, p. 79 - 81, 2021. Disponível em: https://www.ces.uc.pt/publicacoes/cescontexto/index.php?id=32363. Acesso em: 27 ago 2021.


NUNES, Michelle. Reflexões sobre a profissão docente à luz de António Nóvoa: relatos de uma professora sobre os desafios para a formação continuada. Cescontexto, v.28, p. 68 - 70, 2021. Disponível em: https://www.ces.uc.pt/publicacoes/cescontexto/index.php?id=32363. Acesso em: 27 ago 2021. 


CRUZ, G. B.; Fontoura, Helena; GONÇALVES, C. M. S.; MOREIRA, Sueli Lima. Pesquisa e participação como opção epistemológica para a formação docente. In: ENDIPE 2020, 2020, Rio de Janeiro. Didática(s) entre diálogos, insurgências e políticas. Rio de Janeiro: Faperj, CNPq, Capes, Endipe, 2020. v. 1. p. 187-232.


Pesquisa-ação-pedagógica como opção epistemológica para a formação de professores. Algumasideias. Disponível em: http://blog.revistanuestramerica.cl/ojs/index.php/blognuestramerica/article/view/47/60 Acesso em: 27 ago 2021.


MOREIRA, Sueli Lima; AREAS, Lorena Rodrigues. A Pesquisa-Ação Pedagógica no campo dos estágios supervisionados. Revista Estreia Diálogos, v. 8, p. 12-30, 2020. Disponível em: https://8835c378-42a1-4ae0-9760-5ce4b8d2d152.filesusr.com/ugd/eb8d33_92ab85b9fc684fae8ef3c0962d74bb83.pdf


MOREIRA, Sueli Lima. Descolonizar la formación de profesores a través de redes entre escuelas y universidades. Revista Boletín Redipe, v. 8, n. 12, p. 50–64, 2019. Disponível em: https://revista.redipe.org/index.php/1/article/view/899. Acesso em: 27 ago 2021.


MOREIRA, Sueli Lima. Os  estudantes  da  escola  básica  e  a formação  docente  na universidade, diálogos. Da Investigação às Práticas, 100  -  113, 2019. Disponível em: https://ojs.eselx.ipl.pt/index.php/invep/article/view/177/283. Acesso em: 27 ago 2021.


MOREIRA, Sueli Lima. Escolas e Universidades pesquisando a formação. Territórios e desterritorializações da: democracia, educação e responsabilidade social em tramas provocativas. RevistaAleph, n.30, 2018. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistaleph/article/view/39257. Acesso em: 27 ago 2021.


Educação em tempos de pandemia (2020 e 2021)

1.  Em São Gonçalo: o que dizem professores, estudantes e responsáveis?


Período: 2020

Com o objetivo  de compreender os desafios que  professores, estudantes e responsáveis da Rede Municipal de São Gonçalo estão enfrentando com a pandemia do COVID-19 foram ouvidos professores, estudantes e responsáveis entre 15 de junho e 13 de julho de 2020. Os formulários foram encaminhados através de diversos grupos que tivemos acesso, obedecendo as condições exigidas não somente pela Comissão de Ética da UERJ, como da Organização Mundial de Saúde.  Obtivemos 161 respostas de professores da Rede Municipal de São Gonçalo, 114 respostas dos alunos e 205 de responsáveis.

Produções:

COLETIVO INVESTIGADOR. Relatório Técnico de Pesquisa: Educação em tempos de pandemia na cidade de São Gonçalo - RJ,  2020. Disponível em: <https://380bc72f-0602-4d6d-b844-7f95f1a00bf7.filesusr.com/ugd/0aa350_bdfc72ed9457408ab65b21f2402fc0cb.pdf>. Acesso em: 27 ago 2021.

CLARO, Evelin; MOREIRA, Sueli Lima; RAMIRO, Ruth. Pandemia da covid-19: implicações para as escolas municipais na cidade de São Gonçalo/RJ, 2020. Disponível em: <https://suelidelimamoreira.files.wordpress.com/2021/08/pandemia-da-covid-19-implicacoes-para-as-escolas-municipais-na-cidade-de-sao-goncalo-rj.pdf>. Acesso em: 27 ago 2021.

NUNES, Michele Barreto. Diálogo entre universidade e escola básica: A pandemia do COVID-19 e os desafios das escolas públicas no município de São Gonçalo/RJ. V Seminário de Formação Docente – Intersecção entre universidade, v.4, n. 4, 2021 Disponível em: <https://anaisonline.uems.br/index.php/seminarioformacaodocente/issue/view/124/showToc>. Acesso em: 27 ago 2021. 


2. Laboratório de Reflexão e Ação na Formação Docente

Durante o ano 2020, integramos um grupo de docentes do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFMT), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), entre outras, desenvolvendo o Laboratório de Reflexão e Ação na Formação Docente.

Tratava-se de um grupo de professores/as, estudantes de cursos de formação de professores/as e pesquisadores/as de distintas instituições de Portugal e do Brasil que se dedicaram a investigar suas práticas, na perspectiva coletiva, de forma a contribuir para a revisão dos modelos de formação docente. Podemos dizer, metaforicamente, que éramos um grupo transatlântico. Ocupamos um lugar virtual entre dois países com muitas histórias, Portugal e Brasil. Contrariamos avisos de distanciamentos, mesmo respeitando-os, e nos encontramos em uma ilha! Um lugar nosso, onde nos organizamos como equipe.

Propomos um encontro virtual para refletirmos coletivamente as mudanças que a pandemia de Covid-19 nos impôs. Estamos a procurar outras gramáticas e de condições de expressá-las através de experiências fronteiriças entre a criação artística e científica.

A partir desses encontros, dialogamos com António Nóvoa os modelos de formação de professores, disponível em: <https://www.ces.uc.pt/publicacoes/cescontexto/ficheiros/cescontexto_debates_xxviii.pdf>. Acesso em: 27 ago 2021.

Também organizamos o seminário “Novo tempo na educação? Como? O futuro é já aqui!”, realizado em junho de 2021. <https://ces.uc.pt/pt/agenda-noticias/agenda-de-eventos/2021/ldquo-novo-tempo-rdquo-na-educacao>. Acesso em: 27 ago 2021.

O evento teve a intenção de criar, através de trabalhos de investigação coletiva, contribuições para os desafios atuais da educação em tempos de distanciamentos sociais para países com distintas realidades como Portugal e Brasil. Foi organizado em quatro oficinas centradas em dimensões que se interligam quando pensamos em Educação: formação docente, avaliação, comunidades educadoras e identidades e currículos e práticas pedagógicas e uma roda de conversa onde se debateu o trabalho colaborativo produzido em cada oficina.

Relatório técnico de pesquisa

Realização: Coletivo Investigador Formação de Professores de São Gonçalo. Setembro 2020 


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